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A TEMPESTADE, Epilogo

(Dito por Próspero.)

Meu encanto terminado, reduzi-me ao próprio estado, que é bem precário, em verdade. Agora, vossa vontade aqui poderá deixar-me ou a Nápoles enviar-me. Mas é certo que alcancei meu ducado, e já perdoei quem mo roubara. Por isso, não queira vosso feitiço que eu nesta ilha permaneça tão estéril e revessa, mas dos encantos malsãos livrai-me com vossas mãos. Vosso hálito deve inflar minhas veias pelo mar; caso contrário, meu plano de agradar será vesano, pois de todo ora careço da arte negra de alto preço, que os espfritos fazia surgir de noite ou de dia. Restou-me o temor escuro; por isso, o auxílio procuro de vossa prece que assalta até mesmo a Graça mais alta, apagando facilmente as faltas de toda gente. Como quereis ser perdoados de todos vossos pecados, permiti que sem violência me solte vossa indulgência.