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RICARDO II, ATO IV, CENA I

Londres. Sala de Westminster. Os lordes espirituais se encontram à direita do trono; os temporais, à
esquerda; os comuns, em baixo. Entram Bolingbroke, Aumerle, Surrey, Northumberland, Henrique
Percy, Fitzwater, outro lorde, o bispo de Carlisle, o abade de Westminster e séquito. No fundo, oficiais
com Bagot.
BOLINGBROKE ­ Chamai Bagot. Agora, exprime livremente, Bagot, teu pensamento e nos revela
quanto sabes da morte do altanado Gloster, quem a tramou com o rei; qual foi o braço que executou o
ofício sanguinário de sua morte triste e prematura.
BAGOT ­ Ponde-me em frente, então, de lorde Aumerle.
BOLINGBROKE ­ Avança, primo, e fita esta pessoa.
BAGOT ­ Milorde Aumerle, eu sei que vossa ousada língua não se desdiz. No mortal tempo em que
a morte de Gloster foi tramada eu vos ouvi dizer: "Não tenho o braço longo bastante para que da corte da
Inglaterra a cabeça de meu tio possa em Calais tocar?" Pela mesma época, entre outras falas mais te ouvi
dizer que preferias recusar a oferta de cem mil libras a assistir à volta de Bolingbroke, acrescentando,
ainda, que fora sumo bem para a Inglaterra vir vosso primo a perecer no exílio.
AUMERLE ­ Nobres lordes e príncipes, dizei-me que resposta darei a este homem baixo? Rebaixarei
minhas estrelas belas para, em termos iguais, dar-lhe o castigo? Sou forçado a fazê-lo; do contrário, terei
a honra empanada pela mancha de uns lábios aleivosos. Eis a luva, meu sinete manual que vai deixar-te
marcado para o inferno. Mentes, digo, e provarei no sangue que te corre no coração que o que disseste é
falso, muito embora ele seja vil bastante para a espada manchar-me de fidalgo.
BOLINGBROKE ­ Bagot, não deves levantar a luva.
AUMERLE ­ Desejara que fosse o mais notável ­ com exceção de um só ­ entre os presentes o que
me provocou dessa maneira.
FITZWATER ­ Se o teu valor reclama paridade de nascimento, eis meu penhor, Aumerle, como
resposta ao teu. Por este belo sol que ilumina a tua fronte agora, ouvi quando disseste, e com jactância o
afirmavas, que o nobre Gloster tinha sido morto por ti. Se vinte vezes negares o que afirmo, estás
mentindo vinte vezes. Com a ponta desta espada te enfiarei no coração a tua falsidade, lugar de origem
dela.
AUMERLE ­ Não tens coragem de viver, covarde, para ver esse dia.
FITZWATER ­ Por minha alma, desejara que fosse agora mesmo.
AUMERLE ­ Fitzwater, isso te condena ao inferno.
HENRIQUE PERCY ­ Aumerle, estás mentindo. Sua honra neste negócio está tão pura quanto
culpado tu te encontras. Como prova, te lanço o meu penhor, que minha vida defenderá até o último
suspiro. Abaixa-te e ergue-o, se tiveres brio.
AUMERLE ­ Se o não fizer, que minha mão se estrague, sem nunca mais poder brandir a espada
vingadora sobre o elmo do inimigo.
OUTRO LORDE ­ Perjuro Aumerle, por igual motivo defendo eu o terreno e te espicaço com tantos
desmentidos quantos possam ser gritados, de sol a sol, no ouvido de um traidor. Eis o meu penhor
fidalgo; se te atreveres, alça-o para um duelo.
AUMERLE ­ Quem mais quer provocar-me? Desafio a todos, pelo céu! Meu peito abriga mil
espíritos, prontos para o embate resistir de um milhão da vossa laia.
SURREY ­ Lorde Fitzwater, estou bem lembrado da época em que vós e Aumerle conversastes.
FITZWATER ­ E certo; estáveis perto. Será fácil confirmardes, assim, que foi verdade quanto eu
disse.
SURREY ­ Pelo alto céu, tão falso quanto o céu, em si mesmo, é verdadeiro.
FITZWATER ­ Mentes, Surrey!
SURREY ­ Menino descarado, teu desmentido pesa em minha espada de tal modo que a paga ela vai
dar-te, sobre vingar-me, até que o desmentido, com quem o disse, fiquem sob a terra tão quietos como o
crânio de teu pai. Eis meu penhor fidalgo, como prova do que afirmo; levanta-o, se te atreves
FITZWATER ­ Como, sem tino, excitas um cavalo de si tão ardoroso! Se coragem não me falece
para estar com vida, nem para respirar e alimentar-me, ousarei num deserto enfrentar Surrey, no rosto lhe
cuspir e dizer: mentes, mentes, de novo. Eis meu fiel contrato, para deixar-te preso à minha rude
correção. Pelo meu maior desejo de subir nesta nova ordem de coisas, Aumerle é criminoso do que eu
disse na minha acusação. E mais: recordo-me de ter ouvido do exilado Norfolk que tu, Aumerle, havias
enviado dois homens de tua casa para o nobre duque, em Calais, privarem da existência.
AUMERLE ­ Entregue-me qualquer cristão honesto seu penhor. Como prova de que Norfolk mentiu,
lanço o meu repto, para o caso de poder ele vir para bater-se.
BOLINGBROKE ­ Vão ficar em suspenso todas estas divergências até que seja Norfolk chamado do
desterro. Sim, que em breve há de ser repatriado. Muito embora seja meu desafeto, restituído vai ter
todos os bens e senhorios. Logo que retornar, aprestaremos tudo porque se batam ele e Aumerle.
CARLISLE ­ Jamais veremos esse dia honroso. Muitas vezes lutou o banido Norfolk por Jesus
Cristo no glorioso campo da cristandade, desfraldando a insígnia da Cruz de Cristo contra o pagão negro,
turcos e sarracenos. Fatigado dos bélicos trabalhos, retirou-se para a Itália; em Veneza, essa aprazível
região, entregou o corpo à terra e a alma tão pura ao comandante Cristo, sob cujas cores tanto se batera.
BOLINGBROKE ­ Como assim, bispo: Norfolk está morto?
CARLISLE ­ Sim, milorde; tão morto quanto eu vivo.
BOLINGBROKE ­ Que a doce paz conduza sua alma doce para o seio do meigo velho Abraão.
Senhores querelantes, vossas rixas vão ficar em suspenso até que o dia determinemos para vos baterdes.
(Entra York, com séquito)
YORK ­ Grande Lencastre, venho procurar-te da parte de Ricardo despojado de seus ornatos, que, de
motu-próprio, te adota por herdeiro e entrega em tuas mãos reais o alto cetro. Sobe ao trono que te
pertence por herança próxima. E viva Henrique, o quarto desse nome!
BOLINGBROKE ­ Em nome, pois, de Deus, ao trono eu subo.
CARLISLE ­ Deus não o permita! Ainda que eu fale mal nesta assembléia de reis, dizer toda a
verdade quero. Prouvera a Deus que neste nobre círculo houvesse alguém bastante nobre para servir
como juiz direito e justo para o nobre Ricardo. A verdadeira nobreza, então, lhe ensinaria a abster-se de
semelhante crime. Que vassalo pode julgar seu rei? E das pessoas aqui presentes, quem não é vassalo de
Ricardo? Os ladrões só são julgados após serem ouvidos, até mesmo quando estão bem patentes seus
delitos. E ora o emblema da própria majestade de Deus, seu capitão, representante por ele eleito, ungido
e coroado há tanto tempo e sobre o trono posto, vai ser julgado sem presente achar-se, por um sopro
inferior e dependente? Deus não permita que em país cristão almas de tal quilate a fazer venham ação tão
imoral, odiosa e negra. A súditos eu falo, como súdito que em prol de seu monarca Deus inspira. Milorde
de Hereford, aqui presente, a que chamais de rei, é um pusilânime traidor ao rei do nobre e alto Hereford.
Se o coroardes, faço a profecia que o sangue dos nativos vai o solo fertilizar da pátria e que as idades
futuras gemerão por esse crime detestando. Irá a paz dormir no meio de turcos e de infiéis, e na sua sede
confundirá a guerra tumultuosa famílias e parentes. A anarquia, o horror, o medo, o saque desenfreado
virão morar aqui, passando o nosso país a ser chamado o novo campo de Gólgota e depósito de crânios.
Se levantardes casa contra casa, nascerá a divisão mais desastrosa que jamais viu este país maldito. Evitai
esses males, retirando vosso apoio; se não, os vossos filhos e os filhos destes, mesmo com voz lassa, vos
gritarão aos túmulos: Desgraça!
NORTHUMBERLAND ­ Argumentastes bem, senhor. Agora, pelo vosso trabalho, vos detemos por
crime de traição contra a realeza. Damo-vos a incumbência, nobre lorde de Westmoreland, de o manter
sob boa guarda até o dia em que houver de ser julgado. Acedeis, lordes, no que o povo pede?
BOLINGBROKE ­ Trazei Ricardo para que ele possa, de público, abdicar. Dessa maneira, ficaremos
estremes de suspeita.
YORK ­ Serei seu condutor.
(Sai.)
BOLINGBROKE ­ Lordes, que à nossa ordem vos achais presos, dai-nos fiança para o dia do vosso

julgamento.
(A Carlisle) ­ Pouco, bem pouco, ao vosso amor devemos; por isso, não contávamos convosco.
(Volta York com o rei Ricardo e oficiais, que trazem a coroa, etc.)
REI RICARDO ­ Ai de mim! Por que frente a um rei me chamam, antes que eu me despoje das
idéias com que reinei? Não tive tempo, ainda, de insinuar-me, saudar, dobrar os joelhos, mostrar-me
adulador. Deixai que a mágoa me ensine a submissão. No entanto, lembro-me das feições destes homens.
Meus vassalos não foram todos? Não gritavam: "Salve!" amiúde para mim? Assim fez Judas com Cristo.
Este, porém, de doze apóstolos só num hão encontrou fidelidade; eu em nenhum, de doze mil vassalos.
Deus salve o rei! Ninguém me diz Amém? Terei de ser meu próprio sacristão? Pois não faz mal; direi
Amém, embora rei deixasse de ser. Amém, de novo, se Deus pensar como não pensa o povo. A que
serviço eu sou chamado agora?
YORK ­ Para fazer de motu-próprio o ofício que a lassa Majestade te autoriza: teu Estado e a coroa
resignares a favor de teu primo Bolingbroke.
REI RICARDO ­ Dai-me a coroa. Primo, segurai-a. Aqui, primo. Minha mão deste lado; a vossa, no
outro. Assemelha-se agora esta coroa de ouro a um poço profundo com dois baldes que em tempo
diferente se enchem de água: dança no ar o vazio; o outro, no fundo, cheio de água, é invisível. O de
lágrimas cheio, sou eu, que bebo as minhas dores; ascende o vosso: é todo riso e flores.
BOLINGBROKE ­ Pensei que resignáveis por vontade.
REI RICARDO ­ Sim, a coroa; não minha saudade. A glória me tirais; mas a tristeza que me é
própria, terá sempre realeza.
BOLINGBROKE ­ Ficais sem a coroa e sem pesares.
REI RICARDO ­ Talvez; mas nestes dares e tomares nada podeis fazer-me. É meu cuidado não ter
cuidado algum, pois quis o Fado que todos eu perdesse; mas os vossos cuidados vão crescer, ainda estão
moços. Livrar-me dos cuidados não consigo; vão com a coroa e ficarão comigo.
BOLINGBROKE ­ Ficais contente em resignar o trono?
REI RICARDO ­ Sim, não; não, sim, pois tenho de ser nada; daí, não dizer não, que é tua a alçada.
Vede agora a maneira por que eu próprio vou me destruir: esta coroa incômoda, retiro-a da cabeça; o
cetro inútil, jogo-o longe, varrendo do imo peito todo o real orgulho de comando. Com as lágrimas eu
próprio tiro o bálsamo de minha fronte; o diadema entrego com minhas próprias mãos; com minha língua
renego meus sagrados privilégios; minha palavra anula os juramentos de todos os meus súditos; abdico
da pompa régia e toda majestade; entrego todos os meus bens, as rendas, todos os meus proventos;
anulados considero meus atos e decretos. Deus não castigue quem me for perjuro e enseje aos teus
vassalos bom futuro. Tudo me tirou ele; estou contente; tudo te deu; contigo é conivente. Possas ter vida
longa, porque o trono conserves de Ricardo e, em abandono, possa este logo, sob a terra fria, vir a esperar
em paz o último dia. Deus salve o rei Henrique, o felizardo, lhe diz o rei deposto, o ex-rei Ricardo, e lhe
conceda muitas alegrias em longos anos de brilhantes dias. Que mais falta?
NORTHUMBERLAND (Mostrando-lhe um papel) ­ Mais nada, salvo lerdes estas acusações e os
crimes bárbaros praticados por vós e os vossos cúmplices contra o interesse e as leis de nossa terra,
porque depois de os terdes confessado, os corações humanos dizer possam que fostes destronado com
justiça.
REI RICARDO ­ Precisarei fazê-lo? Será força que eu desfiz o tecido das loucuras praticadas por
mim? Dize-me, caro Northumberland, se acaso os teus deslizes anotados ficassem, não terias pejo de os
ler numa reunião como esta? Mas se o fizesses, neles encontraras uma odiosa passagem sobre a injusta
deposição de um rei e a violação dos laços sacrossantos de uma jura que no livro do céu está marcada de
preto e condenada para sempre. E todos vós que me fixais de longe, espicaçados pela minha própria
miséria, embora alguns, como Pilatos, lavem as mãos, mostrando uma aparência de compaixão: Pilatos,
entregastes-me à minha cruz de dor. Nada, nem toda a água, vos limpará deste pecado.
NORTHUMBERLAND ­ Lede logo, milorde, estes artigos.
REI RICARDO ­ Não posso ver; as lágrimas o impedem. No entanto, os olhos não me deixa cegos a
água salgada, a ponto de não verem nesta reunião um grupo de traidores. Sim, quando os volto para mim,
percebo que eu sou também traidor como os demais, porque meu coração foi conivente no despojar o
corpo de um monarca, em deixar vil a glória, a potestade a escrava rebaixar, do altivo mando fazer
vassalo e do meu reino um rústico.
NORTHUMBERLAND ­ Meu senhor...
REI RICARDO ­ Qual senhor, arrogante! Isso me ofende. Não mando em mais ninguém; não tenho
nome nem título, usurpados eram todos os meus nomes, té mesmo o recebido na pia batismal. Infeliz dia!
Ter eu tantos invernos já vivido, sem que possa saber como me chamo! Fosse eu um rei ridículo de neve
posto em frente do sol de Bolingbroke, para me derreter em gotas de água! Rei bondoso, rei grande ­ no
entretanto, não grandemente bom ­ se ainda tem curso minha palavra dentro da Inglaterra, manda vir um
espelho, para que ele a minha própria imagem me apresente desde que a Majestade abriu falência.
BOLINGBROKE ­ Vá buscar um espelho alguém daí!
(Sai um dos criados.)
NORTHUMBERLAND ­ Lede o papel, enquanto o espelho chega.
REI RICARDO ­ Demônio! Começaste a atormentar-me antes de eu estar no inferno.
BOLINGBROKE ­ Deixai isso, lorde Northumberland.
NORTHUMBERLAND ­ Sem a leitura, não ficará o povo satisfeito.
REI RICARDO ­ Ficará satisfeito; hei de ler tudo, depois de ver o livro em que se encontram escritos
meus pecados: minha própria pessoa.
(Volta o criado com um espelho.)
Dá-me o espelho. Vou ler nele. Como! Sem rugas, ainda, mais profundas? Tão grandes bofetadas a
tristeza me aplicou, sem deixar marcas mais sérias? Ó espelho adulador! Como as pessoas que na
prosperidade me seguiam, tu me estás enganando. Serão estas as feições de quem tinha diariamente dez
mil pessoas sob seu teto e a todas alimentava? Será esta a face que, à maneira do sol, deixava cego quem
a olhasse de frente? Era esta a face que fez face a loucuras incontáveis para, afinal, ter de baixar os olhos
diante de Bolingbroke? Muito frágil é a glória que irradia desta face; tão frágil quanto a glória é a própria
face.
(Joga o espelho ao chão.)
Ei-la aí, reduzida a cem pedaços. Não deixes de anotar, rei silencioso, a moral do meu gesto: como as
mágoas em pouco tempo a face me destruíram.
BOLINGBROKE ­ Foi a sombra de vossas amarguras que a sombra, apenas, vos destruiu da face.
REI RICARDO ­ Repete-o: a sombra, só, das amarguras. Vejamos; é verdade, as minhas mágoas
estão dentro. Estas mostras exteriores de desespero são somente a sombra da tristeza invisível que, em
silêncio, se intumesce numa alma torturada. Eis a sua substância. Eu te agradeço, rei, a tua bondade
incalculável, pois tu não só me deste a causa toda do desespero, como me ensinaste, também, a
lastimá-la. Vou pedir-vos um favor, simplesmente; depois disso partirei, sem vos ser mais importuno.
Conceder-me-eis?
BOLINGBROKE ­ Dizei-o, belo primo.
REI RICARDO ­ "Belo primo!" Maior eu sou que os reis. Quando era eu rei, os meus aduladores
não passavam de súditos; agora que me tornei vassalo, um rei me adula. Sendo tão grande assim, não
vejo causa por que deva pedir alguma coisa.
BOLINGBROKE ­ Pedi, contudo.
REI RICARDO ­ E alcançarei a graça?
BOLINGBROKE ­ Sem dúvida.
REI RICARDO ­ Deixai-me, então, partir.
BOL1NGBROKE ­ Para onde?
REI RICARDO ­ Qualquer parte em que me encontre longe de vossa vista; isso é que importa.
BOLINGBROKE ­ Conduza-o um dos presentes para a Torre.
REI RICARDO ­ Oh, belo! Conduzir-me? Como açores em torno a um rei são vossos condutores.
(Sai o rei Ricardo, levado por um guarda.)
BOLINGBROKE ­ Marcamos para a quarta-feira próxima a coroação. Milordes, preparai-vos.
(Saem todos, com exceção do bispo de Carlisle, o abade de Westminster e Aumerle.)
ABADE ­ Triste demais a cena a que assistimos.
BISPO ­ Mais tristes serão outras; como espinhos, hão de na alma as sentir nossos filhinhos.
AUMERLE ­ Padres, não haverá qualquer conjura que a pátria limpe e a deixe outra vez pura?
ABADE ­ Milorde, antes de eu me expandir com liberdade sobre assunto tão grave, é necessário que,
ao vos ser ministrado o sacramento, jureis não só guardar todo segredo sobre o meu plano, como pôr em
prática quanto, acaso, eu mandar. Tendes a fronte, vejo-o bem, descontente, marejados de lágrimas os
olhos, de tristezas o coração. Vamos cear; ufano vos deixarei, após contar meu plano.
(Saem.)