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CORIOLANO, ATO I, Cena VIII

Um campo de batalha entre o acampamento dos romanos e dos volscos. Alarma. Entram por lados
diferentes Márcio e Aufídio.

MÁRCIO - Só lutarei contigo, pois te odeio mais ainda que a um perjuro.

AUFÍDIO - Justamente como eu a teu respeito. Não possui a África uma serpente que eu odeie mais do
que a tua glória insuportável. Firma o pé.

MÁRCIO - Como escravo do outro morra quem primeiro correr e que o condenem depois os imortais.

AUFÍDIO - Se eu fugir, Márcio, escorraça-me como a lebrezinha.

MÁRCIO - Há pouco menos de três horas, Tulo, sozinho combati em vossos muros. Fiz lá o que bem
quis. Não é meu sangue que vês a revestir-me. Para tua vingança, pois, arma tua força ao máximo.

AUFÍDIO - Ainda que Heitor tu fosses, o flagelo de que se ufana vossa altiva raça, não poderias
escapar-me agora.
(Batem-se. Entram alguns volscos em socorro de Aufídio.)
Serventes, não guerreiros, vosso auxílio amaldiçoado me cobriu de opróbrio!
(Saem combatendo, perseguidos por Márcio.)