Planície na Síria Entra Ventídio em triunfo, com Sílio e outros romanos; Oficiais e soldados. A frente é trazido o corpo de Pacoro.
VENTÍDIO - Dardos da Pártia, fostes subjugados e agora vingador a sorte amável do trespasse me faz de Marco Crasso. Ponde à frente do exército o cadáver do filho do monarca. Teu Pacoro, Orodes, isto paga a Marco Crasso.
SÍLIO - Nobre Ventídio, enquanto tua espada com o sangue parto ainda se encontra quente, persegue os fugitivos, pela Média, pela Mesopotâmia, nos abrigos em que eles, dispersados, se acolheram. Assim, teu grande capitão Antônio te cingirá a fronte com guirlandas, carregando-te em carro de triunfo.
VENTÍDIO - Ó Sílio! Sílio! Fiz o suficiente. Um subalterno - toma nota - nunca deve fazer qualquer ação brilhante. Pois Sílio, aprende que é de mais proveito deixar de fazer algo do que fama adquirir por um feito, quando ausente se encontrar nosso chefe. Antônio e César sempre ganharam mais por seus prepostos do que por eles mesmos. O tenente de Antônio, meu antecessor na Síria, Sóssio, alto nome havendo conquistado rapidamente, por vitórias múltiplas, perdeu o favor dele. Quem na guerra faz mais que o capitão, cedo transforma-se em capitão do próprio capitão. A ambição, que é a virtude do soldado, prefere uma derrota a uma vitória que venha a desservi-la. Eu poderia fazer muito mais coisas para Antônio; mas isso fora ofensa, e nessa ofensa naufragara meu mérito.
SÍLIO - Ventídio, és dotado de certas qualidades sem as quais um soldado e sua espada mal podem distinguir-se. Não pretendes escrever para Antônio?
VENTÍDIO - Humildemente lhe comunicarei o que em seu nome - essa palavra mágica da guerra - pudemos realizar, como, com suas bandeiras e seus homens mui bem pagos, do campo escorraçamos os cavalos jamais batidos dos soldados partos.
SÍLIO - Onde está ele agora?
VENTÍDIO - Pretendia ir para Atenas, onde é nosso intento procurá-lo com a pressa permitida pelo peso do espólio que levamos. Sigamos logo. Avante!
(Saem.)